sábado, 4 de outubro de 2008

DIAS

O vento balançava a cortina devagar
o sono vinha, mas os pensamentos a pertubavam
cansaço, confusão, dúvida
a alma pesada não a deixava flutuar
preocupação, dores, desgosto
o brilho da lua clareava o quarto,
mas a insatisfação impedia-lhe de enxergar.
Por entre os dedos impacientes
pingavam sua intensidade transbordante.
Vícios, agonia, desprazer.
O fluxo intenso,
a arte não acabada.
O céu.
A madrugada,
a insônia . . .
a perseguição,
do
sono.

. . . Dormiu.

Suas pálpebras se abrem lentamente, com timidez . . .
manhã,
calor,
olhares novos.
O sol brilha, e
o canto dos pássaros transcendem sua alma, e a fazem flutuar,
como nunca antes flutuára.

(NoeLLi Vairo)